Foto de garoto com as mãos levantadas ele solta uma ave.
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Meninos caçadores (Parte II)

Na ida, todos com passos acelerados mato a dentro com a energia da expectativa de ter ou não algo dentro da arapuca armada há dias. Expectativa também se a arapuca estará lá ou se foi roubada por alguém, e a levaram com pássaro junto, enfim, ansiedade da espera, da surpresa.

Confirmada a caça, os meninos confessam que muitos pássaros são levados para casa, criados em gaiolas ou comidos, dependendo da qualidade da ave.

Dessa vez o pássaro voltou a seu habitat, liberado com gosto pelos meninos, que lá deixaram mais uma arapuca armada para outro dia.

Serão esses meninos os caçadores ou eles próprios a caça, caçados pela força imagética do voo, ou como diz o nosso amigo Gandhy Piorsky, pelas “prodigiosas insinuações de se elevar”? Quem caça quem aqui?

O caminho da volta foi com outra energia, estavam tão leves que davam saltos e piruetas pelos morros feito pássaros livres, pularam na água, comeram nicuri verde e fizeram um espetáculo incrível de assobios que imitam os mais variados pássaros.

Tudo aconteceu como deveria ser mesmo.

Texto e fotos: Renata Meirelles

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