Foto de um bumba meu boi com um tecido multi-florido.
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O desfile das caretas de papelão

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À tarde a coisa muda de figura: não mais compradas ou alugadas, mas confeccionadas artesanalmente pelas mãos talentosas de Dodô, as caretas desfilam pela cidade. Entrar na sede é como penetrar um mistério, violar um segredo. As caretas de Acupe (BA) tem sua própria voz, suas vestimentas que transformam pessoas em criaturas incríveis e muitas vezes aterrorizantes para as crianças. Por cima da saia – de palha de bananeira como os caçadores do Nego Fugido – o pano colorido modela o corpo que será de um outro ser, criatura preta, vermelha e branca, em que cada cor representa uma parte do ser humano: vermelho do sangue, branco dos dentes e preto da cor da pele africana.

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Ainda na sede, o som de “rrrrr” como um pássaro peculiar começa a espalhar-se pelo espaço, chamando à vida as criaturas.

O bloco sai pela cidade, acompanhado pelo samba das caretas, que se movem fazendo graça. Algumas delas, conservando a tradição de sua origem, distanciam-se do bloco e perambulam sozinhas, perseguindo um, correndo atrás de outro, como as caretas de borracha ainda fazem questão de relembrar.

Veja mais sobre o desfile das caretas de papelão aqui.

Texto e fotos: Renata Meirelles

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